quinta-feira, 23 de novembro de 2017

5 Formas de desmotivar seus melhores colaboradores


Olá pessoal,

Um dos temas mais recorrentes nos fóruns de gestão corporativa é a retenção de talentos nas empresas. Ultimamente sabemos que tem sido uma tarefa árdua encontrar no mercado gente qualificada e com perfil para atuar com alto desempenho.

No entanto, quando você parece que encontrou uma pérola num oceano de mediocridade, ele que até então era um ótimo colaborador, responsável por bons resultados, inovador e motivado... não é mais o mesmo. Começa a não fazer o que é necessário, faz um certo corpo mole, está basicamente infeliz.

Como isso começa a impactar os negócios, você chega à conclusão de que esse profissional não é mais a pessoa mais indicada para fazer parte do time.

E isso é uma pena porque você vai perder um de seus maiores colaboradores – o que certamente não será bom para a empresa. O especialista Les McKeown enumera algumas práticas que levam seu funcionário à insatisfação e como parar com elas antes que isso vire um grande problema.

1. Prioridades que mudam sempre.
Esta atitude é um problema porque nada incomoda mais um bom profissional do que um gestor que não se decide ou que muda as prioridades de acordo com a última moda. Você identifica essa situação quando os empregados demonstram enfado quando uma nova iniciativa é apresentada. O que fazer: proponha estratégias de curto, médio e longo prazos e mantenha-as por um tempo razoável.

2. Mediocridade tolerada.
Os melhores profissionais deixam as empresas em que há tolerância para quem não faz a sua parte. Eles começam a se distanciar dos outros empregados ou mesmo a desdenhá-los e se mostram insatisfeitos quando os outros ganham prêmios ou bônus. O que fazer: dê objetivos ambiciosos para toda a organização e distribua prêmios (ou consequências, no caso de resultados ruins) para todos, de maneira consistente e justa.

3. Síndrome de prego redondo e furo quadrado.
Os melhores gostam de fazer aquilo em que são melhores, não ser usados como quebra-galho. Quando isso acontece, começam a não se engajar com suas tarefas e responsabilidades. O que fazer: repasse, junto com ela, o que quer que essa pessoa faça. Atualize as descrições dos cargos e oriente os melhores para realizarem aquilo que somente eles podem fazer.

4. Subutilização.
É parecido com a situação descrita no item 3. Se o funcionário é ótimo, não quer ficar largado de lado. Você identifica esse cenário quando o profissional está “metendo o bedelho” em áreas que não são de sua responsabilidade. O que fazer: peça à pessoa que faça uma lista do que poderia realizar com seu tempo livre. E faça uma análise da sua própria capacidade de delegar – se você tem um excelente profissional que está subutilizado, provavelmente é adepto da microgestão.

5. Eleição de favoritos.
A meritocracia é algo crucial, vital mesmo, para os melhores profissionais. Se você demonstra que tem seus empregados prediletos e dá a eles vantagens independentemente dos resultados, os “tops” certamente irão embora. É fácil de identificar essa situação se aquele funcionário que você contratou como um favor para um parente é mais feliz do que o seu melhor profissional. O que fazer: bom, aqui é óbvio, não?

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

O caminho da roça


por Roberto Tranjan

Olá Pessoal,

Se você tem um pé lá no sertão, sabe que o caminho da roça é aquele que torna mais fácil o trajeto de um lugar a outro. Até mesmo os habitantes das cidades, que nunca foram para o interior, têm sua própria versão dele – as ruas que todo mundo escolhe para ir e vir, por isso, mesmo sempre congestionadas. Trilhar o caminho da roça traz a garantia de alcançar o destino desejado no tempo certo. Não traz novidades, é certo, nem permite grandes descobertas. Apenas está lá, disponível para todos, e a maioria prefere segui-lo ao invés de qualquer outro.

O mercado, também é assim: repleto de “caminhos da roça”. São os vários trajetos percorridos todos os dias pelas mesmas empresas, do mesmo jeito, e que produzem sempre os mesmos resultados. Diante de uma mata imensa, repleta de espaços virgens, intocados, o caminho da roça parece ser o percurso óbvio. E quando alguém se arrisca a embrenhar-se pelo desconhecido em torno, em busca de alternativas, logo os demais tratam de lembrar à pessoa incauta da existência do caminho da roça. Afinal, o caminho da roça lá está para simplificar a vida e descomplicar os movimentos, evitar os perigos, pasteurizar as criaturas. É seguro e confortável. Mas não combina nem um pouco com o famigerado discurso em prol da criatividade e da inovação.

Verdadeiramente, o caminho da roça facilita a vida, mas se não nos aventurarmos por outros trajetos, passa a ser a única possibilidade. O caminho da roça é um facilitador e, ao mesmo tempo, um limitador de idéias e iniciativas. Toda vez que tentamos um trajeto novo, os registros mentais insistem em nos levar de volta para o caminho da roça.


Enganar a mente

O que fazer diante disso? Continuar trilhando o confortável caminho da roça traz visibilidade (afinal, dá para seguir com os olhos fechados, tão previsíveis todos os passos) e a ilusão da segurança, mas impede a construção de uma nova história e a criação de um negócio único. Então, é necessário, vital mesmo! Ousar, em busca de opções. Mas, para isso, é preciso “enganar” os nossos registros mentais. Existem algumas técnicas que funcionam como estímulos para enxergar outros e diferentes caminhos. Permitem criar um novo contexto e uma nova perspectiva e sair, nem que seja por breves períodos, do tradicional caminho da roça. Nessas escapadas podemos ter idéias que nos levarão a fazer novas conexões com outros caminhos.


Reformular o problema

Um dos exercícios para essa difícil virada é descrever o problema de uma maneira diferente e preparar a mente para abordá-lo de um modo inovador. Exemplo: um edifício de escritórios sofria com um elevador cronicamente lento. A administração chamou os especialistas para avaliar a estrutura. Eles chegaram à conclusão de que trocar o elevador por um novo modelo, mais rápido, exigiria a demolição e reconstrução de uma grande parte da estrutura construída, uma opção financeiramente inviável.

Reformularam, então, a perspectiva do problema: os inquilinos estão aborrecidos porque têm de esperar muito tempo, na entrada. Essa sutil mudança alterou o foco, levando a uma alternativa que se mostrou especialmente adequada, a um custo baixíssimo. A solução foi contratar marceneiros para instalar um grande espelho no saguão do elevador.

Em vez de se concentrar no visor e na expectativa de pronta chegada do elevador, as pessoas passaram a ocupar o tempo disponível na tarefa de observar sua própria imagem. Passaram a fazer – sem nenhum estresse – ligeiras correções, como ajeitar o cabelo e um detalhe ou outro da roupa, melhorando sua aparência.

Resultado: o volume de queixas baixou consideravelmente. E tudo graças à redefinição do problema: em vez de “o elevador é muito lento”, para “as pessoas estão chateadas”. Tratava-se, portanto, de procurar o que fazer para acabar ou reduzir com a situação desconfortável. Outras idéias: deixar a escadaria atraente e dar início a uma campanha de vida saudável para estimular os inquilinos a subir pela escada colocar poltronas e bancos pelo saguão para que as pessoas esperem com mais paciência alternar os horários de entrada e saída dos escritórios para aliviar o engarrafamento.

Quando o foco no produto e nos seus atributos é substituído pelo foco no cliente e suas necessidades, a imaginação corre solta. Experimente!


Fazer analogias

Trata-se de buscar um mundo correlato e aproveitar as experiências de outras pessoas ou outros ramos de atividade. Voltar-se para outras áreas, nelas buscando inspirações e respostas, é um jeito legítimo de romper bloqueios e buscar o pensamento divergente. Foi assim que inventaram o desodorante roll-on: quando alguém olhou para a caneta esferográfica e fez a conexão.

Tudo o que precisa ser feito é perguntar: “onde, no mundo, o meu desafio (ou algo parecido) já foi enfrentado?” Se você quer resolver um problema de velocidade, talvez o McDonalds e a Fórmula 1 sejam inspiradores.


Mudar o ângulo

Trata-se de desafiar as regras, a forma tradicional de pensar. Existe uma pergunta que provoca o status quo e remete ao pensamento divergente: “e se…?”
Exemplos: e se não fizermos nada? E se fizéssemos isso pela metade do custo? E se os consumidores comprassem duas vezes mais? E se mudássemos o processo? E se exagerássemos?

Usar o “e se…” é uma forma de desafiar as regras e suposições que fixam os caminhos da roça. Mudar o ângulo permite enxergar caminhos virtuais estimulados por provocações do tipo: o que poderia ser substituído? O que poderia ser combinado? O que poderia ser ampliado ou reduzido? O que mais o seu produto ou serviço poderia ser? O que poderia ser eliminado?


Buscar conexões inusitadas

O que tem a ver uma fábrica de carros com um frigorífico de abate de boi? A princípio, nada. Mas Henry Ford, observando o processo de abate de bois, criou, no sentido contrário, o sistema de produção em série e de montagem de veículos.
O que tem a ver carrapichos com fechos de vestuários? A princípio, nada. Mas George de Mestral, observando as centenas de ganchinhos dos carrapichos, inspirou-se para criar os fechos de velcro.


Óculos emprestados

Os estímulos em si não criam as idéias, mas ajudam a instigar a imaginação. Melhor ainda quando o exercício é feito em equipe. Se você combinar as suas idéias com as dos outros, terá idéias que nunca teve antes.

A troca é necessária! Todos nós temos os nossos pontos cegos, aquilo que não conseguimos enxergar. É salutar pedir os “óculos” dos outros emprestados. Há, nesse movimento, um sentido de compartilhamento e criação conjunta que pode ser, além de efetivo, muito gratificante. Todos nós temos um conjunto de inteligências que se somam às inteligências de outras pessoas. Se você não tem todo o conhecimento e experiência que necessita, junte-se a alguém que tem. A maior de todas as inteligências é pedir e aceitar ajuda.

Dois cavalos puxando, juntos, a mesma carroça podem mover mais do que a soma do peso que cada um é capaz de mover individualmente. Esse fenômeno recebe o nome de sinergia. É isso que acontece quando as pessoas pensam juntas.

Para praticar a sinergia, no entanto, há que acreditar na cooperação: valorizar as pessoas, valorizar as suas idéias (rejeitar uma idéia é rejeitar a pessoa que a teve) e valorizar o trabalho em equipe. E, sobretudo, acreditar que todos podem contribuir para a evolução do negócio, não apenas os empreendedores e o pessoal de primeiro escalão. Para tanto, o respeito ao ser humano é o ponto de partida. E, também, a confiança.

Por fim, é necessário dar tempo às idéias. É comum colocar a idéia no banco dos réus: o objetivo dos jurados é descobrir onde está o furo, onde falta lógica.

Suspenda o julgamento! As idéias precisam ganhar força e tamanho. Precisam ser cultivadas. Somente assim seremos capazes de nos desviar do caminho da roça e criar situações favoráveis às novas descobertas, novos caminhos, novas histórias e novos resultados.

Imaginar pode ser a chave, milagrosa, para o êxito. Além de tornar a vida muito, mas muito mais interessante e divertida!

Pense nisso!