Roberto Tranjan
Sempre acreditei que uma empresa deveria ser uma fábrica
de idéias, só que não é o que acontece. Infelizmente a grande maioria não passa
de uma oficina de reparos. Passam dias, meses, anos cometendo e corrigindo
erros.
É tanto indicador, relatório, estatísticas, planilhas e
comunicados sobre anomalias, erros, desperdícios, retrabalho, etc, etc, que
fica evidente que as empresas preocupam-se em se preparar para NÃO ERRAR e não
para INOVAR. Num ambiente de trabalho onde a palavra “erro” é mais pronunciada
do que a palavra “idéia”, as pessoas lutam pela preservação do que já existe,
pela manutenção, pelo establishment. NINGUÉM
está preocupado em ousar e propor coisas novas. E aí está o erro maior!
Grande parte dos produtos que movimentarão a economia e
que farão sucesso no futuro ainda não foi inventada. E, se as empresas não
colocarem para trabalhar sua principal matéria-prima por excelência – a criatividade
humana; estarão, então, fadadas, a buscarem a sobrevivência na repetição à
exaustão.
Mas aí reside um dilema. As empresas típicas da era industrial são avessas ao novo. Estão preparadas, se muito, para a
melhoria, ou seja, a repetição aprimorada. O pensamento está sempre voltado
para produzir mais rápido, mais barato e melhor. Não estão organizadas para funcionar como usinas de idéias e, portanto não existe espaço para criar, explorar, desbravar. Sim, porque as idéias quase sempre
transgridem normas e regulamentos.
No fundo, o fator limitante é um modelo
mental totalmente dedicado à solução de problemas dentro de um espaço que
permita o controle e não o livre exercício de produção de idéias.
Pense comigo. Em
uma semana, quantas reuniões são feitas em sua empresa para solucionar problemas e quantas são
feitas para produzir idéias? Quantas vezes insistimos em dar o mesmo tipo de
solução para um problema que já está se tornando um clássico na empresa? Ainda
que a solução não leve aos resultados pretendidos, quantas vezes insistimos em
repeti-la?
Busque este novo olhar sobre sua velha rotina. Desconstrua este formato engessado, inútil e estéril que é viver fazendo sempre a mesma coisa e sonhar com resultados diferente. Lute para que a sua
empresa funcione como uma usina de idéias.
Como?
- Instigue a curiosidade de seus colaboradores, faça com que todos fiquem viciados em novidades.
- Estimule todos a dar um pé na rotina. Acabe com a "caça á bruxas", estimule-os a ousarem e iniba o medo de cometerem erros. Foco na solução e não no problema.
- Peça para que não esperem por instruções (isto evita padrões e repetições) e os estimulam a tomar iniciativas.
- Provoque pausas no trabalho para que todos possam espairecer e refletir sobre um novo jeito de fazer o trabalho. Mude o cenário: faça reunião no jardim. Discuta o futuro com a sua equipe. Fale sobre o cliente, suas necessidades, presentes e futuras.
- Jogue coisas velhas fora, limpe armários e gavetas, elimine tudo o que for do século passado. Faça com que deixem de pensar em problemas, para pensar em oportunidades.
- Comemore e premie as boas idéias. Comemore também as que não são tão geniais. Enfim, comemore a atitude de ousar, criar, inventar!
Aceite, se quiser, uma verdade bem fora de sua rotina: a
crise não existe! A crise existe para as empresas que não têm nada de novo para
propor ao mercado. Na verdade, o que existe, e prejudica os resultados, é crise
de imaginação.
Sempre haverá mercado para uma empresa única e uma idéia
brilhante! Faça tudo para que a sua chegue a esse patamar, onde a concorrência
não tem vez.
Verá que vale a pena!
Até a próxima!